segunda-feira, 25 de maio de 2009

Esta sociedade/ comunidade

Não sei se é da sociedade em que vivemos ou se será a comunidade que construimos, o que sei é que, cada vez mais, tenho dificuldades em apresentar soluções para questões que acho de extrema importância para certas áreas que se encontram em crise.
Não falo da crise económico-financeira que todos apregoam mas que para mim se está a tornar um mito e um escape para a falta de interesse e desejo de ficar no sofá que cada vez se sente mais em todos os níveis da população e faixas etárias.
Tem acontecido em São Roque e certamente se estende aos outros concelhos desta ilha Maior e além fronteiras.
Não sou pessoa de gostar de ficar em casa, mas confesso que tenho abusado da desculpa dos filhos para não participar mais vezes em actividades recreativas e culturais que se manifestam vezes sem conta.
Preocupo-me com esta sociedade porque penso nos dias que virão e nos filhos que já tenho; e assusta-me...
A Câmara Municipal desenvolveu uma série de debates sobre os destinos do concelho " São Roque XXI" e na sede do concelho a participação foi negativa, a meu ver: nem 20 pessoas presentes, nem todas intervieram.
A mesma entidade promove no mesmo sítio, uma noite de Teatro, muito agradável e com algum público, mas muito longe do desejável.
É comum e muito frequente ouvir-se das mais variadas vozes que nas nossas terras não se passa nada, que não há nada para fazer e isso choca-me cada vez mais porque vejo associações a terem que fechar as portas porque não há quem participe nas suas variadas actividades: é uma filarmónica com poucos tocadores, bem hajam os que lá continuam por gosto e carolice; é um grupo de teatro que tem de criar figuras masculinas com elementos femininos por falta de homens, são salas e salas vazias de pessoas, quer nos bailes, quer nas folias ou até nas tertúlias. E até já temos cinema no nosso concelho...
O que é que falta mais para se divertirem? Para conviverem?
Shopings, restaurantes, discotecas, bares.
Felizmente, hoje em dia, não falta nada no Pico. Temos de tudo. É vestuário, é alimentação, é restauração, é turismo, é animação turística, são desportos dos mais variados, são bibliotecas e internet de borla para quem quiser, é teatro e cinema, são terras para cultivar e casas para recuperar. Não nos falta nada. Nem dinheiro falta, porque não temos mendigos nem arrumadores de carros.
Gostava que se pensasse melhor de cada vez que se dissesse que é difícil viver no Pico porque não há NADA.
Eu adoro o Pico e é aqui que vou mostrar aos meus filhos que temos tudo aquilo que precisamos. Tudo o resto é supérfluo.