quarta-feira, 11 de março de 2009

Os meus antepassados

Quero dedicar estes minutos que se seguem àqueles que deixaram que eu cá estivesse hoje.
Àqueles que permitiram que hoje eu faça um bocadinho de história (boa ou má).
Recordo os meus avós:
os que já morreram para esta vida - Manuel Jorge (materno) e Olga Ávila (paterna).
Ás vezes questiono-me como teria sido se não se tivessem ido embora tão cedo!
Outras vezes dou graças a Deus de os ter conhecido!
Mas a maior parte das vezes recordo com saudade e alegria os momentos que vivi com eles e tudo o que aprendi com eles.

Com o avô aprendi que primeiro se aproveitam as laranjas que caem no chão e depois se comem as da árvore, desta formas as primeiras não apodrecem e as outras aguentam mais uns dias, embora pareçam mais apetitosas...

Da avó recordo a música que pairava pela casa e o seu sorriso contagiante (acho que contagiou os meus filhos também).

Infelizmente partiram, ficaram as minhas memórias vivas.


Ficou a avó Saúde. Sempre a "puxar trabalho e consumições" para cima de si, como diz o meu pai.
Aprendi a fazer pão - mas não sei fazer.
Aprendi a fazer cozido - isso eu sei.
Aprendi a lavar a roupa na pia de pedra - agora tenho máquina.
Aprendi a comer papas de maizena quando a avó fazia para o avô Manuel Jorge.
Aprendi a costurar e a bordar, com a ajuda da Srª Rosa Leal também.
Aprendi a encher linguiças nas matanças do porco - coisa que as minhas irmãs já não viram lá por casa.
Aprendi a matar galinhas para fazer canja de galinha que é tão bom.
Com ela aprendi muitas coisas e ainda vou aprender muito mais.
Sei que há muitos valores que estão ultrapassados e há muitas coisas que não faço por não ser preciso, mas se algum dia tivéssemos de voltar atrás eu não deixava de fazer por não saber.

E o Avô Ermelindo, exemplo de longevidade, de sabedura, de crença e também de alguma teimosia em manter os seus princípios e os seus bairrismos.
Diz que não é político, mas até isso eu herdei dele - a vontade de fazer mais e melhor pelo nosso povo, pela nossa Terra. Nisso a política ajuda muito.
Aprendi a Canção Russa.
Aprendi que a vida é um livro que se quer bem estimado e respeitado porque mesmo aparentando velho, tem muito para nos contar e ensinar.
Quero, por tudo isto, aproveitar todos os momentos que posso, para dedicar a estes que muito me ensinam e a quem devo quase toda a minha caminhada.
Não quero, quando partirem, chorar por não ter estado mais vezes com eles nem ter aprendido mais. Não quero chorar de remorsos. Chorarei de saudade, mas cantarei as suas canções e ensinarei aos meus filhos o que com eles aprendi.
Obrigada e quero que saibam que ficarão para sempre no meu coração.

3 comentários:

Anónimo disse...

gostei

Anónimo disse...

.

Anónimo disse...

Fizeste-me chorar, mas foi bom sentir que assimilas-te o melhor dos melhores avô e avó que já partiram e partilhas ainda dops ensinamentos do avô e da avó que aionda estão por cá. Continua sendo sempre a minha linda e querida sobrinha, do Tio mais velho...teimoso e rabujento!